De que adianta ter o mais moderno smartphone e a internet mais veloz se não se sabe fazer uso das palavras? Se as pessoas desaprenderam a cultivar o diálogo? O questionamento é válido para os relacionamentos interpessoais e para os institucionais. Escutar, respeitar e refletir sobre opiniões diferentes são habilidades que a MM Social quer resgatar com a metodologia comunitária ou diagnóstico participativo.
“Não é uma metodologia nova. A novidade está em propor às empresas trabalhar dessa forma com as comunidades. É resgatar algo que tanto o ser humano quanto as empresas estão perdendo na mesma proporção que as tecnologias de comunicação avançam”, diz Elaine Faria, gestora da MM Social. O empreendimento que abraça essa ideia não chega com um Programa de Educação Ambiental pronto para a comunidade, por exemplo, simplesmente para cumprir com a exigência legal de licenciamento. “Primeiro vamos escutar as pessoas que vivem no entorno, levantar as expectativas, para aí sim traçar um plano no qual interesses comunitários e corporativos estejam alinhados”, explica Elaine.
Em Montes Claros, o Grupo AFLOPAR tem apostado nessa ideia para implementar suas ações. “Não podemos ignorar o conhecimento já adquirido pela comunidade. É um processo de troca no qual buscamos valorizar formas diferentes de conhecimento”, avalia Adauta Braga, gerente do Grupo AFLOPAR. A empresa mantém um Programa de Educação Ambiental em Montes Claros e quatro municípios vizinhos, em parceria com a MM Social. “As pessoas da comunidade precisam se enxergar como responsáveis pelas mudanças que elas querem ver e precisam se sentir capazes de construir essas mudanças”, explica Adauta sobre como funciona na prática a metodologia participativa aplicada pelo grupo AFLOPAR.
Um exemplo dessa participação são os seminários realizados com a comunidade antes da elaboração do Programa de Educação Ambiental. “Os seminários são realizados justamente para que as ideias possam ser melhoradas e algumas vezes modificada. O principal objetivo é que sejam ideias construídas em conjunto, empresa e comunidade”, explica Elaine. Foi justamente a partir de um destes seminários que surgiu a ideia do Cinema Ambiental. A ação leva o cinema para escolas públicas apresentando filmes que tratam de questões do meio ambiente, responsabilidade social e diversidade cultural. “A ideia desenvolvida em conjunto com a comunidade utiliza o recurso audiovisual para estimular a consciência ambiental nas crianças e aproximá-las do tema de forma lúdica”, explica Elaine.